Nesta quinta-feira, 17 de abril, o governador Renato Casagrande (PSB) anunciou um reajuste no auxílio-alimentação dos servidores públicos estaduais, que passa de R$ 600 para R$ 800, além da Revisão Geral Anual (RGA) de 4,5% a partir de maio. Apesar de ser visto como um avanço, representantes do Sindipúblicos criticam a medida por não cobrir nem a inflação acumulada de 12 meses, que é de 5,48%.
A presidente do sindicato, Renata Setúbal, afirma que o valor ainda está longe de suprir os custos reais com alimentação. Segundo cálculos da entidade, apenas com o almoço em Vitória, um servidor gasta cerca de R$ 704 por mês — isso sem considerar lanches. O gasto total ultrapassa os R$ 1.000 mensais, levando muitos servidores a custear a alimentação do próprio bolso. “Na prática, os servidores estão financiando seu próprio trabalho para o governo”, critica.
O diretor de finanças do sindicato, Iran Milanez, alertou ainda sobre a defasagem salarial que já ultrapassa 50% nos últimos 20 anos, agravada por quatro anos sem reajustes no governo Paulo Hartung e dois anos sem correções durante a pandemia, sob a gestão Casagrande. Ele aponta que isso contribui para uma evasão de até 40% em órgãos como Iema, Idaf, Incaper e outras autarquias, afetando diretamente a qualidade dos serviços prestados à população.
Como resposta, o sindicato propõe uma reestruturação de carreira para conter a evasão e valorizar os profissionais. A proposta, já apresentada à Casa Civil, prevê equiparação proporcional entre os salários dos servidores do Executivo e do Judiciário, com reajustes que podem chegar a 35% para nível superior.
Uma live será realizada no próximo dia 24 de abril, no Facebook do sindicato, para discutir os próximos passos da Campanha Salarial de 2025. Caso não haja avanço nas negociações, novas mobilizações serão convocadas